quinta-feira, 18 de novembro de 2010

O contrário do amor não é o ódio, é a indiferença.



O que seria preferível? Que a pessoa que você ama te odiasse, ou que ela nem olhasse para você, como se você fosse desconhecido, não existisse ou fosse invisível..?
Que perdesse o sono imaginando maneiras de fazer você se dar mal, ou que dormisse feito um anjo a noite inteira, esquecida por completo de sua existência?
O ódio é uma maneira de se estar com alguém.


Para odiar alguém, precisamos reconhecer que este alguém existe e que nos provoca sensações, por piores que sejam.
Para odiar alguém, precisamos de um coração, ainda que frio, e pensamentos, ainda que ruins.
Para odiar gastamos energia, neurônios e tempo.
Odiar nos dá fios brancos no cabelo, rugas na pele e angústia no peito.
Para odiar necessitamos do objeto que causa o ódio. Necessitamos dele, mesmo que seja para dedicar-lhe nosso rancor, nossa ira.

O ódio, se tivesse uma cor seria o vermelho, tal qual a cor do amor.

Já para sermos indiferentes a alguém, precisamos de quê? De coisa alguma, de nada.
A pessoa em questão pode saltar de bung-jump, assistir aula de dança, ganha um Oscar, ou uma prisão perpétua.
Não estamos nem aí.
Não julgamos seus atos, não observamos seus modos, não testemunhamos sua existência.
Ela não nos exige olhos, boca, coração: nosso corpo ignora sua presença e muito menos se dá conta de sua ausência.
Não temos o número do telefone das pessoas para quem não ligamos.

A indiferença se tivesse uma cor, seria cor da água, cor do ar, cor de nada.

O amor e o ódio habitam o mesmo universo , enquanto a indiferença é exílio no deserto.